quinta-feira, 10 de maio de 2012


Na festa de aniversário da pequena Joana, apareceu do nada um tio que ela já não via há muito tempo, mas esse seu tio não trazia consigo, nenhum presente para Joana, isso foi na primeira coisa que ela reparou, ele vinha de mãos vazias, Joana ficou triste por ver que esse seu tio não lhe trazia nenhum presente, mas estava enganada, pois ele poderia ter-lhe dado o melhor presente que alguma vez alguém recebeu.
Então o seu tio disse-lhe, Joana não te posso dar nada, mas posso levar de ti aquilo que tu me quiseres dar, só tens de me dizer.
Joana ficou ainda mais revoltada com o tio, então não bastava que ele tivesse vindo à sua festa sem presente e ainda lhe diz que lhe quer levar qualquer coisa.
Joana disse que não tinha nada para ele levar e que se fosse embora.
O tio foi-se embora de mãos vazias, mas ainda que visivelmente não carregasse nada, ia debruçado como se carregasse pesos invisíveis, como se carregasse às costas o peso do mundo.
A mãe de Joana ao ver o seu tio tão marreco perguntou-lhe, porque andava ele tão curvado?
Ao que ele respondeu que, ia assim pois carregava consigo aquilo que outros aniversariantes lhe pediram para levar, aquilo que eles já não queriam mais, aquilo que Joana recusou.
De um menino ele carregava as suas tristezas, doutro as suas dores crónicas, dum o sofrimento dos pais, houve um até que lhe pediu para levar as dividas dos pais, porque era essa a razão que estava a acabar com o casamento deles, e o peso das angustias, das ansias, das frustrações, das tristezas e do sofrimento, tudo junto faz-lhe ganhar aquela pequena marreca, pois é muito peso para um só homem carregar, mas esta era a vida do tio de Joana, que era também o tio de todos nós.
Embora todas as pessoas só pensem em ter, é naquilo que não têm que muitas vezes está a chave para a felicidade, basta apenas um pouco de atenção para ver o que está à nossa volta.

sábado, 7 de abril de 2012

Tudo a seu tempo.

Já ontem sonhava com o hoje que está para chegar

Mas só amanhã vi que não foi este hoje que eu pedi

Pois já faz muito tempo que por este tempo esperei

Queria o agora, mas este agora já não sei

Ontem acabou sem que dele tirasse o que queria

Agora anseio que o ontem volte qualquer dia

Serei tolo por querer mais daquilo que nunca tive?

Pois o ter-te é um monstro que em todos nós vive

Só agora sei que é a pressa que nos obriga a esperar

Venha lá quando vier, cá estarei para te apanhar


Porque no fundo não passamos de 1 único grão de areia na ampulheta do tempo

E que se vai esvaiando por entre as frinchas dos dedos


domingo, 4 de dezembro de 2011

Queria poder acreitar.

O problema em ser ateu é, quando precisamos de arranjar força e esperança, não temos nenhuma porta onde bater.
Já por várias vezes desejei ter uma má experiência com o diabo ou algo do género, para que dessa forma a minha crença em Deus ficasse inquestionável e inabalável.
Mas o que tenho constatado é, esse tipo de problemas só aparece a quem acredita, quem não acredita parece estar imune.

segunda-feira, 14 de novembro de 2011

Quem apareceu primeiro, foi o ovo ou a galinha?

Desde que "Aristóteles"(acho que foi ele quem 1º falou nisto) lançou o repto sobre quem apareceu 1º, terá sido o "OVO OU A GALINHA", que muita gente se debruçou sobre este assunto e a conclusão é fácil. Foi o Ovo, pois muito antes de haver galinhas, já os repteis e dinossauros punham ovos, com a evolução alguns desses dinossauros foram-se transformando nas actuais galinhas, mas o ovo sempre existiu. Portanto daqui para a frente, sempre que alguém vos pergunte que apareceu 1º, já sabem, foi o OVO.

segunda-feira, 31 de outubro de 2011

Alguns dos meus pequenos pensamentos.

Já reparam nisto: Cada vez é maior a censura na Internet, talvez porque os sites/blogues sejam de autor/criador e não tem de obedecer a nenhuma regra em especial, alem da vontade do criador/autor do site. Mas isto parece-me uma regressão na liberdade de expressão.

Quem não é bem educado, mostra-o em todo o lado. A educação é daquelas coisas que nos acompanha até ao caixão.

Quando a sociedade nos educa para querer sempre mais, fica difícil manter a honestidade e não ceder à tentação do dinheiro fácil da corrupção.

A falsidade só existe se for mal feita (e não nos enganar), se nos iludir é veracidade.

A vida é fácil para quem espera dificuldades.

Prefiro supor e estar enganado, do que relaxar e ser surpreendido.

Quanto mais falamos, mais damos que falar. E quando emitimos opiniões sobre os outros, estamos inconscientemente a falar sobre nós mesmos.

Só nos trai que nós permitimos. E porquê? Para haver traição tem de haver confiança, e só aqueles em quem nós confiamos (amigos, família) é que nos pode trair. Os nossos inimigos nunca nos trairão, porque não lhes damos essa chance.

No dia de todos os santos, as pessoas da minha terra vão todas ao cemitério, para assim recordar os falecidos, até aí tudo bem, o problema é que tem de levar um arranjo floral, e os preços são absurdos, entre os 100 e os 150 Euros por arranjo. O engraçado é que pelo tamanho e valor do ramo, se vê quem realmente gostava e respeitava os falecidos, e não da forma que à primeira vista pensamos que seja, mas pelo contrário, ou seja, quem leva os ramos maiores e mais caros, são aqueles que têm necessidade de compensar a sua permanente ausência, é a lei da compensação, já quem lá vai todas as semanas, não tem essa necessidade. A maior preocupação é o que as outras pessoas possam ver. Por mim podem lá por flores de plástico, porque prefiro que pensem em mim de vez em quando, do que num só dia levem lá um ramo caríssimo.

sábado, 29 de outubro de 2011

Perdidos

É ser o rosto do invisível

É carregar o cheiro putrefacto da solidão

É o som que extravasa dos gestos

É um amor eterno e unilateral

É sorver a última gota de humanismo

É o amor e ódio a cada instante

Pretender atingir a divina rainha do vício

Num só olhar, está lançado o feitiço

Num só toque, está montada a prisão

É deixar-te agarrando-te a mão

É apelar a piedade alheia

É ser uma raposa numa alcateia

É a satisfação do estagnado

E o nada que nunca está saciado